domingo, 26 de abril de 2009

Os elfos parte 1


A noite passou como uma bruma. Enevoada na memória daqueles que caminhavam pelas trilhas dos elfos. Mac’Shuen, Slever e Agrom sentiam-se num sonho tangível e muito real, ou se estavam numa realidade onírica, de qualquer modo, eles se lembrariam muito pouco dessa noite. Ao chegarem numa clareira, fosse onde fosse, deitaram e dormiram como que enfeitiçados pelas luas, pelas estrelas pelo ar da floresta, pelos elfos...

A escuridão dava seus últimos suspiros, o céu estava vermelho como sangue. Ryanna acordou de sobressalto, viu-se num lugar escuro mas aquecido e não tinha idéia de como fora parar ali. Escutou um forte rosnado perto de si e encolheu-se espantada. A última coisa que lembrava era que estava numa estrada a guardar a carruagem, e depois disso... escuridão. Agora acordara em algum lugar, seu corpo não estava doloroso, o que demonstrava que não caíra por batalha. Magia. Com certeza ela caíra por algum bruxuleio élfico e agora estava prestes a ser devorada por alguma criatura horrenda a serviço dos elfos. O rosnado se repetiu, ela prendeu a respiração, e orou mentalmente a Morrow, que ele lhe ajudasse ou que lhe recebesse bem em seus braços. Como a responder por aquele chamado, um raio adentrou por uma fenda em algum lugar, iluminando debilmente o ambiente e se ouviu novamente o rosnado, Rianna quase caiu p trás ao descobrir a fonte do rosnado. Agrom, o valoroso guerreiro sagrado estava dormindo ao seu lado e pelo que parecia ser uma cabana, seu ronco ecoava como o rosnado de um dragão. Segurou o riso e relaxou ao ver um companheiro são e salvo, ao lado do Anão, percebeu depois, estava deitado Slever Kelever que dormia de armas em punho, pronto para acabar com qualquer coisa, dessa vez não segurou o riso ao espantar-se de como esse homem estava pronto pra guerra dia e noite, por acaso ele só vive p lutar? Afastando todo esses pensamentos mundanos Rianna fechou os olhos e começou um prece sussurrada de agradecimento ao seu Deus. Podia não saber onde estava, mas estava entre companheiros e, aparentemente, a salvo.


Não tardou para que ambos despertassem, como que saídos de um merecido repouso, se mostraram menos surpresos que a clériga, e ao verem a desorientação quanto a onde estavam e o que acontecera. Trataram de explicar a ela os fatos: enquanto protegiam a carruagem, ouviu-se um cantilar sereno vindo da floresta, logo que ela e Rayuga caíram inconscientes ao chão, eles perceberam estarem em uma emboscada. Antes que pudessem se preparar, várias flechas passaram voando sobre suas cabeças, tentaram se proteger da melhor maneira, slever havia derrubado uns quatro ou cinco, e lian tantos outros, mas enquanto se ocupavam com os atiradores, dois elfos saíram de lugar nenhum e levaram o seu corpo caído ao chão. Fora assim que ela havia sido levada. Raiuga, agora acordado, havia tentado resgatá-la mas acabou sendo capturado também. Agora, com dois a menos em suas fileiras, a batalha contava vantagem aos elfos, e foi completamente perdida quando, Mac’Shuen havia parado de lutar e se aliou aos inimigos. Agron, Lian e Slever tiveram de parar de lutar para preservar suas vidas e, com exceção de Lian, aceitaram ir com os elfos, ainda não se sabe se como convidados ou prisioneiros. Lian havia sido o único a não aceitar a rendição e partiu de volta a Lockfall. Os três ali reunidos tiveram de parar a conversa ao ouvirem sons de cascos se aproximando da cabana onde se encontravam.


Ao ouvir a aproximação, Slever engatilhou as pistolas, mas Agron lhe seu um olhar fulminante e antes que o pistoleiro tomasse alguma medida precipitada, o guerreiro Anão saiu da cabana para ver quem estava a espreitá-los. Ao sair, deparou-se com uma imensa clareira aberta no meio da densa floresta, um acampamento, aparentemente de oito a nove barracas, estava montado nessa clareira, as barracas eram todas camufladas (inclusive a que acabara de sair) e uma fonte de a água azul cristalina se encontrava no centro da clareira, a igual distancia de todas as outras barracas. Ao ouvir uma pesada respiração atrás de si, Agron virou-se rapidamente, e como reflexo inconsciente sua mão se dirigiu na direção do cabo de seu poderoso martelo de batalha, mesmo sabendo que não estava com ele. Ao virar-se vislumbrou um elfo de corpo poderoso e com quase três metros de altura a espiar-lhe por trás da barraca, sua pele era azulada e seus olhos negros profundo. Agron não sabia que existiam elfos colossais como aquele e ficou mais surpreso do que impressionado. Ao ver a reção abobalhada da pequena criatura a sua frente, o elfo soltou uma alta e jovial gargalhada.

- HAHAHAHAHAHAHAHA, NÃO HÁ MOTIVO PARA QUE VOCÊ SE SINTA AMEAÇADO, MESTRE ANÃO!! Sua voz ecoava como se estivesse gritando a plenos pulmões, mas Agron percebeu que aquele devia ser o time de voz normal de tão grande criatura, e ao ouvir tal frase com tamanha cordialidade, resolveu ser cordial também.

- Sou Agron Martelo-de-Udo, guerreiro sagrado e defensor do povo anão.
O poderoso elfo sorriu – SOU DRALFAR CAVALGANTE-DOS-VENTOS, E SEREI O SEU GUIA POR ESTAS TERRAS, MESTRE AGRON! – ao terminar de falar, Dralfar saiu de trás da cabana, e Agron pode ver o resto de seu corpo. Dralfar era forte, todos os seus músculos emanavam força sobrenatural e brutalidade, era bem talhado e reluzia levemente um tom azulado, mas o que mais impressionou Agron era o fato de que Dralfar era apenas metade elfo, pelo menos assim raciocinava o Anão, pois a partindo da cintura, seu corpo recomeçava, talhado na forma de um magnífico e majestoso galopante. Então este era o centauro do qual ouvira tantas vezes falar como sendo “o terror das florestas”? Com certeza, aquela criatura deveria ser o terror para seus inimigos em campo de batalha.

- Onde estão os outros? - veio a pergunta de dentro da barraca, Slever estava a se espichar para fora, já completamente pronto p qualquer eventualidade, colocou seu chapéu sobre a cabeça e repetiu a pergunta olhando para a criatura que, lhe parecia, uma aberração. – Onde estão Mac’Shuen e Raiuga?

- PEDIRAM PARA FICAR EM UMA CABANA SEPARADA, ACORDARAM CEDO E JÁ SEGUIRAM UM OUTRO GUIA, MIRIARTH.

- Como saberemos se não estão mentido pra nós?

- SE QUISÉSSEMOS FAZER-LHES MAL, JÁ O TERÍAMOS FEITO NOITE PASSADA, LEMBRE QUE VOCÊS VIERAM COMO CONVIDADOS, MAS NÃO ABUSE DA HOSPITALIDADE DO NOSSO POVO NOS CHAMANDO DE MENTIROSOS.

- humf!- foi a resposta de Slever – e já ia emendar algumas palavras rudes quando foi interrompido por Agrom.

- Pois bem, Dralfar, pode nos levar aonde quer que tenhamos que ir.

- ACALMA-TE MESTRE AGROM, PRIMEIRO TERMINEMOS AS APRESENTAÇÕES E DEPOIS IREMOS PARA UM LUGAR SOSSEGADO ONDE PODEREMOS FAZER UM DESJEJUM DECENTE E CONHECER-MOS MEHOR!
Vendo que o grande centauro não perdeu o tom hospitaleiro, Agrom apresentou a Dralfar seus companheiros.

- O homem belicoso que você vê chama-se Slever Kelever, guerreiro habilidoso e valente, e esta é Ryanna, Sacerdotisa de Morrow, mulher santa e protetora de guia spiritual da cidade de Lockfall.
Dralfar a olhou impressionado, de fato, Ryanna mostrava o porte de uma bela jovem humana, na flor da idade e com olhos que emanavam compaixão e bondade. Fez uma referência comedida.

- VEJO QUE ESTOU CERCADO DE VALOROSOS CONVIDADOS. UM GUERREIRO VALENTE, UM GUERREIRO SAGRADO E UMA BELA SACERDOTIZA SÃO RAROS EM OUTROS POVOS, PORTANTO SEJAM BEM VINDOS AO NOSSO LAR. EU TAMBÉM SIGO O CAMINHO DOS DEUSES, POIS VELEJO NOS VENTOS E CORRO PELOS CAMPOS COM AS GRAÇAS DE DHUMNIA, A SUBLIME. AGORA VAMOS NOS APRESSANDO, POIS O TEMPO PASSA COMO VENTO E TEMOS UM LONGO CAMINHO PELA FRENTE.

- Voce diz que somos convidados, mas não temos permissão para andar em livremente, por isso lhe mandaram, não foi? Para ficar nos vigiando! – falou Sleve.

- DE FATO, VIGIANDO E PROTEGENDO, ESSAS FLORESTAS TEM SEUS PRÓPRIOS MISTÉRIOS E NÃO SERIA ACONSELHAVEL, NEM MESMO PARA UM GUARDIAO SAIR POR ELA COMO UM ERRANTE A PASSEIO.

- Você não me conhece...

-...

- De qualquer maneira, nós somos prisioneiros.

- ISSO NÃO É VERDADE, NÃO TRATAMOS NOSSOS PRISIONEIROS DESSA MANEIRA.

- Mas somos considerados inimigos.

- TRATAMOS NOSSOS INIMIGOS À LÂMINA FRIA E SANGUE QUENTE, HAHAHAAHAHAHAHAAH, E QUANTO A VOCÊS SEREM CONVIDADOS,PRISIONEIROS OU INIMIGOS SÓ DEPENDERÁ DE VOCÊS!



Um comentário:

  1. Muito bom este texto,tem humor e cinismo,tensão e cordialidade entre os personagens,muito parecido com a mesa,mas lembro de ter feito um comentário a respeitod eum dos genitores do Dralfar ter atração por cavalos.

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